Uma carência moderada no aporte de iodo durante a gravidez pode estar na origem do desenvolvimento de bócio na mãe e de alterações cognitivas no filho.
Trabalhos relativamente recentes vieram indicar que deficiências moderadas de iodo podem ser causa de alterações importantes, nomeadamente durante a gravidez, situação em que as necessidades de iodo estão aumentadas.
Este conhecimento já conduziu em alguns países à obrigatoriedade de adicionar iodo ao sal alimentar.
Em Portugal, dados sobre o aporte em iodo em investigações recentes vieram revelar que, ao contrário do que se esperava, a ingestão de iodo está longe de ser adequada.
O Grupo de Estudos da Tiróide da Sociedade Portuguesa de Endocrinologia, Diabetes e Metabolismo (SPEDM) efetuou dois estudos populacionais, coordenados pelo Prof. Edward Limbert, visando conhecer a ingestão iodada em todo o País. Iniciado em 2005, o estudo envolve a determinação das iodúrias em duas populações alvo: grávidas e crianças das escolas.
O estudo das iodúrias nas grávidas foi efetuado em 3631 mulheres seguidas em 17 maternidades do continente, Açores e Madeira. Estes resultados indicam que, à semelhança de outros países europeus, o aporte de iodo nas grávidas é insuficiente. Apenas cerca de 17% das grávidas estudadas apresentam iodúrias dentro dos valores considerados satisfatórios pelas Organizações Internacionais, isto é superiores a 150µg/L.
Muito preocupante é o facto de que cerca de 24% têm iodúrias muito baixas, inferiores a 50µg/L.
Tendo em conta estes resultados e dada a importância das hormonas tiroideias no desenvolvimento cerebral do feto, o Grupo de Estudos da Tiroide da SPEDM recomenda a suplementação do iodo em todas as mulheres que pretendam engravidar, durante a gravidez e lactação.
Está provado que a suplementação de iodo com 150 a 200 ug/dia é benéfica para mãe e filho evitando o aparecimento de bócio e alterações neuropsicointelectuais no filho.
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