Em 2020 e 2021, quando o mundo enfrentou a pandemia de Covid-19, aconteceu um raro alinhamento astronómico envolvendo os planetas Júpiter, Saturno e Plutão. Durante onze meses estes planetas ativaram uma estreita faixa de oito graus, entre 22º de Capricórnio e 0º de Aquário.

A tripla conjunção de Júpiter, Saturno e Plutão é um dos eventos astronómicos mais raros da história e coincidiu com a pandemia de covid-19, uma crise global cujos desafios e transformações ecoaram as energias cósmicas desse fenómeno raro.

Embora o alinhamento desses planetas, no signo de Capricórnio, tenha sido apenas um dos muitos fenómenos astronómicos de 2020, a sua rareza e significado astrológico ajudaram a traçar um paralelo profundo com as mudanças de ordem social, política e económica que o planeta enfrentou na época.

A tripla conjunção, uma raridade cósmica

Saturno, Júpiter e Plutão são planetas de órbitas lentas, com Saturno levando cerca de 29,5 anos para completar uma volta ao redor do Sol, Júpiter cerca de 12 anos e Plutão 248 anos. Embora conjunções entre dois desses planetas aconteçam com alguma frequência (Saturno e Plutão encontram-se aproximadamente a cada 34/35 anos, e Júpiter e Saturno aproximadamente a cada 20), o triplo encontro no mesmo grau, ou graus próximos, do Zodíaco é um evento extremamente raro, tendo acontecido pela última há mais de 800 anos.

A conjunção de 2020 foi vista como um catalisador para mudanças profundas, afetando especialmente as estruturas de poder e os sistemas de controlo globais, temas representados por esses planetas. A presença de Plutão, o planeta da transformação profunda e regeneração, junto a Saturno e Júpiter, indicava uma possível renovação das estruturas sociais e políticas, algo que, de facto, seria refletido nas transformações sociais causadas pela pandemia.

Pandemia e reestruturação global: o impacto de Capricórnio

A conjunção de Saturno e Plutão em Capricórnio ocorreu de forma exata em 12 de janeiro de 2020, logo antes de a pandemia de Covid-19 começar a manifestar-se mundialmente. Foi acompanhada por uma série de eclipses e outros aspetos astrológicos que acentuaram as tensões sociais e políticas.

Quando Júpiter, Saturno e Plutão se alinharam em Capricórnio, um dos signos mais associados à estrutura, disciplina, poder e autoridade, o impacto foi notavelmente profundo. Capricórnio rege instituições, governos e o status quo, e essa energia cósmica estava em sintonia com o colapso de muitas estruturas rígidas, refletido na crise global que a pandemia representou. Desde o controlo da saúde pública até às economias e às relações políticas, o mundo parecia estar a enfrentar uma grande reestruturação, algo preconizado pelas influências de Saturno e Plutão. Com o transito de Júpiter, o planeta da expansão e da busca por sentido, a situação revelou também a necessidade de adaptação e busca por novos valores e soluções.

Ciclo de transformação e renovação profunda

A tripla conjunção de 2020 também veio com um eclipse solar total em dezembro, logo antes da conjunção de Saturno e Júpiter no grau zero de Aquário, precisamente no solstício de inverno de 2020. Este evento astronómico simbolizou o fecho de ciclos e o início de novas formas de organização social, algo visível também nas reações e adaptações globais à crise de saúde pública, que exigiu não só transformações políticas e económicas, mas também um novo entendimento sobre a nossa relação com a saúde, a economia e a sociedade.

A pandemia de covid-19 e a tríplice conjunção de Júpiter, Saturno e Plutão em 2020 foram eventos interligados, com o macrocosmos a refletir as mudanças estruturais que estavam prestes a acontecer no microcosmos que é o mundo. Essa interação cósmica não foi apenas um reflexo das tensões globais, mas também um indicativo de que, apesar do caos e das dificuldades, o planeta estava a passar por uma profunda renovação e transformação, com efeito nos anos seguintes.

O impacto de 2020 estendeu-se para além da saúde, alterando a forma como vivemos, nos relacionamos e compreendemos a nossa própria estrutura social. O alinhamento de Saturno, Júpiter e Plutão serviu como um lembrete de que grandes mudanças, embora dolorosas, frequentemente precedem um novo ciclo de crescimento e renascimento.

Imagens: Constelar.com.br