Por Jorge Lancinha
Astrólogo, formador, artista plástico 

2025 é um ano muito especial do ponto de vista astrológico, isto porque estamos a passar por uma grande mudança, indicada pela entrada de todos os planetas em novos signos!

Este é um acontecimento raro, pois se pensares que Plutão demora em média 20 anos a atravessar um signo (30 graus do Zodíaco), Neptuno cerca de 13 anos e Urano 7 anos, é fácil perceber que se trata de algo especial. Acresce que, este ano, Saturno (que fica cerca de dois anos e meio em cada signo) também mudará, o que perfaz toda a corte celeste – com exceção de Plutão, que já entrou em Aquário em Novembro passado. Os restantes planetas, mais rápidos, já mudam de signo habitualmente ao longo do ano.

E então o que isto quer dizer?

Segundo a lógica da Astrologia, se as coisas mudam lá em cima, sincronicamente, também mudam aqui em baixo!

Os ciclos dos planetas lentos, mais longínquos, representam grandes mudanças de perspectiva a nível colectivo, pressionando-nos a nível individual a ajustarmo-nos a novos padrões e a criarmos novas estratégias de adaptação. Algo que é naturalmente desafiante, mas que representa também uma grande oportunidade de desenvolvimento pessoal e colectivo.

Depois de todos os processos que temos vindo a passar nos últimos cinco anos, com a elevada instabilidade e imprevisibilidade que parecem ter-se instalado como o novo normal, imagino que notícias acerca de mais mudança possam ser desconfortantes e devas estar a pensar: mais ainda? Quando é que isto para?

Julgo que os desafios dos últimos anos correspondem a uma desagregação de velhos padrões, que se esgotaram e deixaram de ser úteis. Assistimos também a grandes resistências, numa procura de evitar enfrentar este desconhecido que se apresenta. Este tem sido portanto um período de transição em que a indefinição é muito grande, pois não conseguimos mais sustentar os velhos padrões mas ainda não conseguimos sentir terra firme onde construir novas formas.

Deixo algumas notas acerca dos processos e dos temas associados à mudança dos três planetas mais lentos:

Plutão em Aquário (entrou definitivamente em Novembro 2024 até 2044):

• Transformação radical das estruturas sociais, culturais e políticas, no sentido de maior equilíbrio entre interesses individuais e colectivos.
• 
  Exposição de distorções, contradições e manipulações relacionadas com questões de liberdade individual, identidade, diversidade e inclusão.
• 
  Colapso de padrões obsoletos abrindo espaço a novas formas de organização social, com foco em redes de cooperação e criação de comunidade.
• 
  Inovação tecnológica como catalisador de transformação, colocando desafios e dilemas que obrigarão a uma reinvenção colectiva.

Neptuno em Carneiro (entra em Março de 2025 até 2039, retrogradando para Peixes ainda em 2025/26):

• Despertar de visões inspiradoras e idealizações de um novo propósito coletivo.
• 
  Foco na autonomia e autodeterminação, incentivando uma afirmação corajosa da identidade pessoal e coletiva.
• 
  Busca por ação direta e imediata, alinhando inspiração com concretização efectiva.
• 
  Confronto com ilusões pessoais e coletivas criadas em torno de identificações de carácter individualista, como líderes carismáticos e poderosos ou ideologias de conquista e manifestação de força.

Úrano em Gémeos (entra em Julho 2025 até 2033, retrogradando para Touro ainda em 2o25/26):

• Revolução no campo da comunicação e do pensamento coletivo, promovidas pela inovação e pelo uso da tecnologia.
• 
  Inovação nas formas de transmitir informação e conhecimento, com impacto no ensino, na comunicação social e nos canais de informação.
• 
  Potencial para uma liberdade intelectual renovada, com mais espaço para a criatividade e a originalidade.
• 
  Desafios associados ao excesso de informações e à necessidade de uma abordagem mais focada e crítica para processar o conhecimento.

Penso que esta mudança planetária de 2025 indica que estamos perante o impulso definitivo para a criação de algo novo que se irá progressivamente implementar nos próximos anos. Desta forma, esta mudança poderá trazer uma sensação de oportunidade e renovação. Prevejo também que haja uma aceleração considerável, uma vez que Saturno, Urano, Neptuno e Plutão mudam para signos do elemento Fogo e Ar.

Com toda esta concentração de novas perspectivas a serem ativadas em simultâneo, abre-se perante nós todo um “novo mundo”, no qual me parece ser fundamental a capacidade de integrar polaridades. Por exemplo: sermos cada vez mais autónomos na construção da nossa realidade particular de vida ao mesmo tempo que somos mais cooperantes, solidários e participativos nas relações e na comunidade; apostarmos no desenvolvimento de tecnologias inovadoras que podem trazer solução para muitos problemas, ao mesmo tempo em que cultivamos cada vez mais a vida interior e a ligação com a natureza.

Assim, julgo que é o “caminho-do-meio” que nos pode conduzir nesta grande mudança. As manifestações extremadas são apenas tentativas desalinhadas de encontrar equilíbrio e um dos melhores contributos que podemos dar, na minha opinião, é não alimentar dinâmicas de polarização, mas sim buscar constantemente o centramento.

Espero que este artigo tenha contribuído com alguma orientação e inspiração para reconheceres oportunidades de crescimento e transformação neste ano carregado de desafios.