Por Patrícia Vaz
Terapeuta de Medicina Ayurveda

Shirodhara é uma terapia ancestral da Medicina Ayurveda, que consiste no derrame de um fluxo constante de um líquido morno específico para o biotipo e condição a tratar sobre um ponto na testa, durante um determinado período de tempo ‒ normalmente entre 30 a 60 minutos.

De uma forma geral, tem uma ação relaxante, calmante e tranquilizante da mente, pacificando os doshas Vata e Pitta. Representa mais que uma sensação agradável de bem-estar, é um importante “instrumento” na sociedade atual.

Este fluxo vai atuar especificamente sobre um ponto, o marma sthapani, situado entre as sobrancelhas. O fluxo atua especificamente sobre o controlo do prana ou energia vital, sobre a mente, os sentidos e a glândula pituitária (ou hipófise).

Em que situações é indicado?

Nas indicações para este tratamento, estão a maioria das desordens do dosha Vata e Pitta, que são principalmente:

• Ansiedade


• Insónia


• Hipertensão


• Doenças de origem psicossomáticas (síndrome colon irritável, psoríase, hipertensão, úlceras e gastrites)


• Patologias do foro psicológico


• Fadiga física e mental


• Dificuldades de concentração


• Terapias de rejuvenescimento


• Queda de cabelo


• Aumentar ojas (imunidade)

Apesar de ser um tratamento localizado, os seus efeitos influenciam todo o corpo-mente. A ação desta terapia sobre a hipófise, considerada uma glândula mestra, tem efeito na manutenção de todo o sistema endócrino. Além de que o seu efeito anti-stresse assume grande importância no controlo de grande parte destas patologias. Muitos investigadores consideram mesmo Shirodhara uma nova “porta” para o tratamento de diversas condições clínicas.

Importância na atualidade

Muitas das patologias mencionadas têm aumentado a sua incidência, como consequência das pressões socioeconómicas dos tempos modernos, e os seus sintomas têm um impacto que pode ser muitas vezes prejudicar a vida de qualidade.

Shirodhara é uma terapia que apresenta resultados bastante efetivos e encorajadores, para além de não apresentar efeitos secundários negativos. Tal facto pode permitir redução, ou mesmo retirada com as devidas indicações, de tratamento por medicação alopática oral, que por muitas vezes apresenta efeitos indesejáveis.

Nunca uma terapia tão antiga esteve tão atualizada.

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